sexta-feira, 28 de abril de 2017

Por que trabalhar colaborativamente é tão difícil?

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Essa semana escolhemos fazer a reflexão do nosso blog sobre um "puxão de orelha" que recebemos das nossas professoras e tutoras.

Fomos convidadas a refletir se na construção do nosso blog existe um trabalho colaborativo ou apenas tarefas individuais sendo compartilhadas no mesmo espaço?

Acreditamos que como grupo ainda precisamos avançar para que esse espaço possa se constituir como uma ferramenta de colaboração e reflexão e não apenas como uma atividade acadêmica que deve ser cumprida.

Sabemos da dificuldade que essa tarefa exige, mas nos comprometemos como grupo de tentar cumpri-la da melhor forma possível.

Hoje de manhã após trocarmos algumas ideias produzimos e elaboramos essa pequena reflexão coletivamente e mesmo não sendo o foco da disciplina achamos importante compartilha-la como um compromisso do grupo de trabalhar de forma cada vez mais colaborativa.

Encerramos essa postagem com uma citação de um sociólogo Zygmunt Bauman, que uma das colegas do nosso grupo trouxe para pensarmos sobre a importância do diálogo, que acreditamos ser uma das chaves para o trabalho colaborativo:

Seja como for, eu continuo a repetir que, entre os veículos disponíveis para a viagem ao longo da estrada, é o diálogo sério, com disposição favorável, buscando a compreensão mútua e o benefício recíproco que merece mais confiança. (BAUMAN, 2016, p. 140)


Referências:


BAUMAN, Zygmunt; MAURO, Ezio. Babel: entre a incerteza e a esperança. Rio de Janeiro, Zahar, 2016.


sexta-feira, 21 de abril de 2017

E os nossos projetos?

"Os conteúdos das atividades e das unidades didáticas saltam de uma matéria para outra sem perder continuidade" 
(Antoni Zabala) 

Nessa postagem nos dedicamos a contar os primeiros passos realizados na aplicação da metodologia de trabalho por projetos com nossas turmas como professoras.

Cabe marcar que dado as condições da escola e as exigências curriculares nossa proposta possui uma articulação mais adequada com a metodologia de "projetos de ensino", do que "projetos de aprendizagem", pois não partimos do interesse da turma, mas de um conteúdo que era necessário ser desenvolvido.

A grande diferença é que ao invés de como professoras apresentarmos o tema a ser desenvolvido e conduzíssemos um processo e de mera transmissão de conhecimentos realizamos o inverso questionando os alunos sobre o que eles sabiam sobre as temáticas e o que eles desejavam saber.

Assim os temas foram os seguintes:

Rita Romanelli: 

Turma: 5 ano

Escola Municipal de Ensino Fundamental Alberto Pasqualine

Tema: O corpo Humano

Perguntas e certezas da turma: (buscamos reproduzir o mais fielmente as dúvidas apresentadas pela garotada e escolhemos algumas que centralizam os interesses mais recorrentes)

- Por que as pessoas tem características tão diferentes: altas? magras? gordas?

- Quais as diferenças no corpo de uma "pessoa normal" de um "atleta"?

- Tem alguma relação do nosso corpo que faz com que a gente goste de umas pessoas e não de outras? Assim fisicamente?

- quando gosto de uma pessoa, e quero conhecer ela melhor, tem como saber qual a hora certa?

- As pessoas são diferentes por questões genéticas

- tem pessoas que nascem com talentos para algumas atividades

- não existe talento, mas muito esforço e treino

- gostar de uma pessoa não é uma coisa física, mas é de sentimento


Patricia Cordeiro: 

Turma: 3 ano

Escola: CMEB Maria Lygia Andrade Haack

Tema: Água

Perguntas e certezas da turma:

- Precisamos tomar água? Não pode ser só suco, refrigerante?

- A água salgada do mar pode virar água para tomar?

- Como é feito para a água ficar limpa para beber?

- Por que falta água em Esteio?

- Nosso corpo tem água?

- Não podemos viver sem água

- a água do mar não pode ser bebiba

- Para limpar a água usamos um monte de produtos

- Falta água porque as pessoas desperdiçam muito

Renata Scherer

Turma: pré- escola

Escola: E. M. E. F. Gonçalves Dias

Tema: Questões étnicas e raciais na Educação Infantil


Perguntas e certezas da turma:

- Por que alguns colegas tem a pele mais escura e por que essa pele é chamada de negro?

- Por que existe um lápis chamado cor de pele?

- Por que onde nós vivemos é chamado de quilombo? O que é um quilombo?

- Por que aqui tem muitos negros e se vamos para o centro da cidade tem poucos?

- Os negros preferiram morar aqui porque é mais bonito

- o lápis é chamado de cor de pele porque alguém deu esse nome

- quilombo é onde moram os negros, E meu pai me contou que os negros vieram de outro país da Africa.




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"Escola como geradora de cultura e não só de aprendizagem de conteúdos" Fernando Hernández 


sábado, 15 de abril de 2017

O que são afinal projetos de aprendizagem?

De acordo com Fagundes Et al. o desenvolvimento de um projeto de aprendizagem consiste na busca por informações que esclareçam as indagações de um sujeito sobre a sua realidade. Ainda segundo os autores tais indagações devem advir das vivências e necessidades do participante do projeto em conhecer e explicar o mundo.

O primeiro passo para realização de um projeto de aprendizagem consiste em selecionar uma curiosidade e elaborar uma QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO.

Após o grupo precisa realizar um inventário de conhecimentos elaborando um quadro de DÚVIDAS e CERTEZAS.

O processo de investigação então irá tomar como ponto de partida esse quadro, buscando esclarecer dúvidas e validar certezas.

Após elaborasse um PLANO DE AÇÃO agrupando unidades de investigação a partir de afinidades. Então se define um tempo de realização, os recursos e a metodologia.

Para esclarecer ou validar um item precisamos: 1- coletar informações; 2- analisar; 3- debater; 4- elaborar uma síntese descritiva ou explicativa.

"No decorrer da investigação, surgem novas dúvidas e novas certezas, com isso o inventário é modificado e o planejamento consequentemente refeito. Em torno de um projeto se articula uma rede de cooperação, formada pelos autores, outros estudantes - construtores de outros projetos, professores com diferentes papéis e eventuais colaboradores externos" (FAGUNDES, Et al. 2006, p. 31)

FONTE: FAGUNDES, Et al. Projetos de aprendizagem: uma experiência mediada por ambientes telemáticos. In: Revista Brasileira de informática na educação. Vol 14, N 1. 2006.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Revisitando o nosso projeto de aprendizagem: "Valorizando o professor"

Nessa postagem temos como objetivo principal revisitar nosso projeto de aprendizagem intitulado: "Valorizando o professor" e estabelecer relações com as leituras propostas na interdisciplina de "Projetos em Ação". 

Nosso projeto teve como ponto de partida o texto: Humilhar e ignorar professor pode. Sufocar e ferir não. (http://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/11/opinion/1431351138_436101.html) escrito pela repórter Eliane Brum, onde ela afirma:

Em resumo: pode pagar salário indecente, pode botar gente pra ensinar e gente pra ser ensinado debaixo de um teto que pode cair, pode quase tudo. Só não pode ferir com balas de borracha e sufocar com bombas de gás lacrimogêneo. Ah, pit bull também pega mal. Bem, isso os governantes acabaram de aprender que não podem fazer sem provocar repúdio dos eleitores. Já o resto... Talvez nesse sentido possa se justificar uma certa perplexidade da PM, do Governo paranaense e de alguns setores da sociedade brasileira e da imprensa tradicional: como assim, não pode bater nesses “baderneiros” que deveriam estar na sala de aula e não na praça protestando? Não pode descer o cacete nesses “vândalos” que têm o desplante de achar que a casa do povo é do povo? 

Assim assumimos como pergunta norteadora para nossa investigação: "Como, historicamente, se produziu a desvalorização do trabalho docente no Brasil?" 

Utilizamos como procedimento metodológico, um estudo bibliográfico e verificamos que a precarização do trabalho docente no Brasil foi ocasionada por diversos fatores, entre os quais destacamos o processo de feminização do magistério.

Estabelecendo uma relação entre a nossa experiência de participar como alunas de uma proposta organizada a partir da concepção dos projetos de aprendizagem e com o texto "La práctica educativa. Cómo enseñar" escrito por Antoni Zabala conseguimos perceber que a proposta realizada não teve como ponto de partida as disciplinas, mas como mostra o autor: "Os conteúdos das atividades e das unidades didáticas saltam de uma matéria para a outra sem perder a continuidade"

Assim a organização proposta no PEAD, teve como prioridade básica a atenção nos alunos e na sua necessidade educativa e não nas matérias e nas aprendizagens que seria a prioridade de uma proposta disciplinar. 

Acreditamos que vivenciar tal proposta agora como professoras será um grande desafio... 



Apresentando as "Professoras em AÇÃO"


Primeiramente queremos nos apresentar e explicar o objetivo e o funcionamento do nosso blog.
Na foto da direita para a esquerda: Rita Romanelli, Patrícia Cordeiro e Renata Scherer.

Atuamos em diferentes escolas, diferentes municípios, e com diferentes turmas, realidades e faixa- etária. O que nos une é a paixão por ensinar, um otimismo mesmo nesse cenário político e econômico bastante complexo e árido  e uma vontade imensa de viver a vida e sermos felizes na profissão que escolhemos: Ser professoras!

Nesse blog publicaremos algumas reflexões sobre a temática do trabalho através da metodologia de projetos, a partir da interdisciplina no curso de Pedagogia denominada: "Projetos em Ação"

Essa não será nossa primeira empreitada juntas, no ano passado desenvolvemos uma pesquisa bibliográfica que objetivava descrever algumas das condições de possibilidade para a constituição da precarização do trabalho docente.

FICOU CURIOSO?

Você pode conferir os registros desse projeto na página que criamos:

http://projetodeaprendizagemvalorizandooprofessor.pbworks.com/w/page/108362587/FrontPage

Esperamos que essa caminhada na interdisciplina de Projetos em ação seja tão bonita, alegre e repleta de aprendizagens como foi a elaboração do nosso projeto!

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